terça-feira, 11 de setembro de 2012

Xô! Solidão


Bete Tezine, Autorretrato, 2012.
Alvejante sobre fotografia, 20 x 30 cm.




Solidão,
dá um tempo e vá saindo,
de repente eu tô sentindo,
que você vai se dar mal.
[...]
A solidão é nada
você vem na hora errada
em que eu não te quero aqui
Que solidão que nada,
eu preciso é ser amada,
eu preciso é ser feliz.

(Solidão, Sandra de Sá)







Como ser humano que sou, tenho dias bons e ruins. Felizmente, os dias bons prevalecem sobre os ruins.
Ontem, tive um dia ruim. Um dia em que senti uma profunda solidão. Não era falta de alguém. Não era saudade de ninguém. Era simplesmente um sentir-se só. Nada mais.
Como artista que sou, tenho dias de criação em que faço "festa" em minhas obras. Mas, também tenho dias em que exponho minha dor. 
Eu sou assim. Isso faz parte de mim. É como sou.
Mas, somente permito que a solidão me visite esporadicamente e, apenas, por um dia. Nem mais, nem menos. Um dia só. É o que máximo ela ganha de mim. É o tempo máximo que dou a ela para compartilhar comigo seu angustiante silêncio. 
Ela já sabe bem disso, porém, como é cheia de artimanhas, muitas vezes lança mão de artifícios tentando ficar mais um pouquinho. Disfarça-se, tenta se fazer menos tenebrosa, esboça até um sorriso. Mas, ela não me convence. Quando não quer sair por bem, boto-a porta afora.
Hoje, quando acordei, percebi-a esgueirando-se num cantinho da minha alma, tentando misturar-se a outros sentimentos para que eu não percebesse sua presença. É que ela ainda não se deu conta de que sou maior que ela, que ela somente tem de mim o tempo que estou disposta a dar a ela. 
Sem prorrogações. 
Sem renovações. 
Um dia, nada mais.
Xô! Solidão!
Hoje, volto a ser feliz.
Hoje, volto a ter companhia.
Você não faz mais parte de mim.
Estou feliz.
E quando estou feliz minha alma canta, minha luz irradia e transformo-a em minha poesia visual.


Um beijo repleto de alegria!




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