sexta-feira, 3 de abril de 2015

Se pelo menos eu me chamasse Maria das Dores...



Eu tenho tido momentos difíceis devido a minha companheira bipolar, a Esclerose Múltipla. São dores constantes que me impedem de dormir bem, são fadigas extenuantes que debilitam até minha alma, é uma tristeza arraigada que me faz querer cavar um buraco, entrar nele e só sair de lá quando tudo isso passar...
Porém, tenho consciência de que isso tudo não vai simplesmente desaparecer da minha vida como num passe de mágicas, vai amenizar com remédios, vou ter dias indolores e sorridentes, mas os dias doloridos e tristes vão voltar, vez ou outra, para me lembrarem de que eu tenho uma doença debilitante, imprevisível e sem cura.
Estou dopada de tantos remédios... analgésicos, antidepressivos e toda gama de medicação que eu necessito para controlar os sintomas da Esclerose Múltipla e para me deixar livre das convulsões causadas pela epilepsia e, hoje, deixo o Rebif 22 e passo a usar o Rebif 44. 
Minha gaveta de medicamentos está abarrotada, estou prestes a necessitar de uma nova gaveta e isso dói tanto no bolso quanto na alma (rsrsrsr).
No mês passado, estando me sentindo bem deprimida, ouvi da minha neurologista que as dores poderiam estar sendo causadas pela depressão e eu, ao ouvir isso, questionei se a depressão não poderia estar sendo causada pelas dores... ela não me respondeu, aumentou a dose do antidepressivo e me pediu para voltar dentro de 1 mês. Retornei, menos deprimida, mas com as dores me martirizando. Então, recebi a indicação de um analgésico para dores neurológicas que eu espero, de verdade, que me deixe, ao menos, dormir sem dores.
Sei que muitos ao lerem este desabafo vão dizer que devo usar a vitamina D em altas doses para que me livre disso tudo, mas, já adianto, que ainda não me convenci de que elas são a solução para mim, portanto, apesar de tudo o que venho passando, ainda opto pelo tratamento convencional e espero que respeitem a minha decisão.
Ando calada, desinspirada, cansada, mas cansada no geral, não apenas fadigada, cansada da luta, cansada de ter de me justificar, cansada dos olhares incrédulos, cansada de estar sem energia, cansada de não ter um dia sem dor, cansada de estar sem vontade de sorrir...
No entanto, não vou desistir e me entregar aos desmandos da tresloucada da Esclerose Múltipla, pois, ela pode até ganhar vários rounds dessa nossa luta, mas, me nocautear ela não vai jamais, porque eu sempre me levanto e a atinjo com um belo soco na cara e calçando salto alto ainda por cima (rsrsrs)

Beijos para todos os que entendem o que a dor provoca no corpo e na alma da gente!