quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Seja bem vinda, minha vida!




Estou numa fase boa da minha vida, ou melhor, me atrevo a dizer que estou na melhor fase da minha vida. Pode até parecer demagogia, alguém esclerosado, cheio de dores, se recuperando de uma fratura no tornozelo, além das angústias do dia-a-dia, dizer isso, no entanto, como já disse algumas vezes, quando analiso imparcialmente minha vida antes e depois do diagnóstico da Esclerose Múltipla, eu só posso chegar à conclusão de que realmente estou melhor hoje.
Quando fraturei o tornozelo, conforme escrevi na época, eu senti que a vida me parou porque eu estava precisando de um pausa para reavaliar muitas coisas na minha vida, o que eu não sabia era que essa pausa me faria ter um reencontro com a minha própria essência que andava apartada de mim. Eu me achei de novo na arte.
Ainda estou, como costumo brincar, enclausurada, pois a solidificação da fratura está demorando mais do que o esperado, mas, longe de me sentir entediada, como pensei que ficaria nesses vários dias em que estou assim, eu fiz novas amizades, descobri novas habilidades e retomei antigos projetos. Estou iniciando uma nova fase da minha vida que, espero, seja pautada pela minha vontade imensa de trilhar novos caminhos, pela conquista do que antes parecia uma utopia, pela superação das minhas deficiências pessoais.
Continuo, sim, esclerosada, tendo dias difíceis e soltando meus gritos de revolta quando estou prestes a mergulhar nas minhas próprias dores, mas estou cada dia mais ciente do que eu quero para minha vida, do que me faz feliz ou não e de quem merece ou não permanecer na minha vida. 
As dores físicas não desaparecem por encanto, mas, as dores da alma ficam comigo o tempo que eu me permitir vivenciá-las e eu não as quero por mais que o tempo necessário para que elas sejam digeridas e colocadas para fora de mim.
Eu sempre derramei minhas dores sobre o papel e, agora, estou derramando meus desenhos e meus versos, também, devo dizer que estou lavando minha alma e a preparando para uma nova etapa da minha vida... a fase em que vou poder dizer que eu estou vencendo meus dramas, apesar da Esclerose Múltipla.

Beijos derramados no coração de todos!

domingo, 9 de novembro de 2014

O tamanho dos abraços...


Onde, afinal, é o melhor lugar do mundo? Meu palpite: dentro de um abraço.

(Martha Medeiros)


Foto de encerramento do Seminário -
 Um novo olhar sobre a Esclerose Múltipla


Na última sexta-feira, dia 07 de novembro, participei do Seminário - Um novo olhar sobre a Esclerose Múltipla e o 1º Encontro dos blogueiros da Esclerose Múltipla, que ocorreu em São Paulo e, devo dizer, valeu cada segundo que estive lá.
Foram diversas palestras que enfocaram a Esclerose Múltipla em vários aspectos e, também, sobre qualidade de vida e sobre a importância dos Blogs na divulgação da doença autoimune. Profissionais altamente qualificados e blogueiros precursores em falar da Esclerose Múltipla.
No entanto, apesar de toda a bagagem de conhecimentos que adquiri ouvindo as palestras, confesso, que o que foi mais gratificante nesse evento foi poder sentir o tamanho do abraço de amigos que eram apenas virtuais até então, mas que, a partir de sexta, passaram a ser amigos mais que do coração, amigos de alma.
Eu tive a oportunidade de abraçar pessoas que eu admiro demais, que me inspiraram em vários momentos dessa minha caminhada de esclerosada.
Eu abracei a Bruna Rocha Silveira que foi a primeira esclerosada com quem falei depois do meus diagnóstico, lembro que estava perdida, com medo, e ela me disse coisas que me fez enxergar a doença de uma outra forma, ela se tornou um exemplo a ser seguido a partir daquele momento difícil da minha vida. O abraço dela é enorme, morno, aconchegante e cheio de esperança.
A Tuka, uma mãe esclerosada que diz que não é guerreira, mas que todos que a conhecem sabe que é mais que isso, eu abracei e senti toda sua energia e força naquele abraço terno e cheio de carinho.
Então, abracei o Gustavo, o idealizador da AME, e senti toda a sua juventude, força e vontade de viver e fazer da AME um canal de apoio para os que buscam informações confiáveis sobre a Esclerose Múltipla.
Depois, senti o abraço do Jota e foi um abraço cheio de esperanças de que a vida é bem mais do que a Esclerose Múltipla faz conosco.
Abracei a Fabiana Dal Ri Barbosa, outro abraço cheio de força, carinho e vontade de viver e admirei ainda mais essa linda mulher.
Rodrigo Drubi, um homem cheio de histórias para contar ,que eu ouviria indefinidamente, e dono de um abraço cheio de carinho. Que bom tê-lo conhecido!
A Marcia Denardin me abraçou com seu jeito terno, calmo que eu já admirava e me mostrou que ela é realmente um ser humano lindo de viver.
Ale Florindo, articulada, sorridente, seu abraço não tem tamanho.
E reabracei Priscila Torres, uma mulher incrível e engajada na luta para divulgar as doenças crônicas. Um prazer enorme revê-la!
Por fim, devo dizer que todos os abraços descritos aqui estão gravados em minha memória e, cada um, a sua maneira, se tornou imensurável... são abraços sem tamanho!

Abraços imensuráveis a todos!