Não me interessa
o lado direito do bordado
Prefiro
emaranhar-me aos fiapos
do
avesso que sou
em que
o tecer,
pelos
repetidos caprichos,
deixa
de ser revelador.
Não me
interessam os registros,
à
esquerda do bordado,
que
parecem contar a história
que os
outros pensam ser a minha
– e que
não é.
Prefiro
pelejar-me nos esgarçamentos
das
pontas que não foram devidamente
arrematadas
e em que ressoam
vozes femininas,
como se
bisavó e avó,
mãe e
tia pudessem, enfim, reconhecer
que se
desperdiçaram em
amores abrasadores e
tirânicos.
Aliás,
sinto-me cansada da herança
dessas mulheres
cujo
bordado da própria
vida deixou à mostra
cores
desesperadas,
ciúmes desnecessários
e
afetos enrodilhados.
Por isso permaneço quieta
nas
flores azuis do linho:
só o
que me interessa
é a interioridade
do bordado.
(Poema
nº 17 – obra poética reunida, Arriete Vilela)
Todos nós temos um lado avesso.
Porém, na maioria das vezes, ocultamos este lado até de nós mesmos. Preferimos, quase sempre, deixar os fiapos de nossas interioridades resguardados dentro de nós.
Porém, na maioria das vezes, ocultamos este lado até de nós mesmos. Preferimos, quase sempre, deixar os fiapos de nossas interioridades resguardados dentro de nós.
Mas não quero mais ser assim... Quero virar-me do avesso a fim de aparar os fiapos e arrancar os nós que incomodam o outro lado de mim
Quero mostrar os esgarçamentos da minha alma... Falar de sentimentos e inquietações que teimam a todo instante em me lembrar das suas presenças.
Não vou mais guardar para mim ressentimentos antigos por não ter vivido sonhos que sonhei. Não quero mais a herança de não poder expressar minhas emoções.
Prefiro bordar minha própria escrita, sem resquícios de mágoas reprimidas, de palavras não faladas, de dores não doídas....
Prefiro bordar meu próprio caminho, entrelaçando os pontos, um a um, repetidamente, até que ele seja inteiramente trilhado.
Vou assumir a agulha e a linha da minha vida. Não mais permitirei que outros, apesar de bem intencionados, tentem fazer o bordado por mim.
Eu bordarei a minha própria história. Arrematarei ponto por ponto, sem deixar fiapos.... nem nós.
Um beijo, bordado por mim, em todos os corações!
Quero mostrar os esgarçamentos da minha alma... Falar de sentimentos e inquietações que teimam a todo instante em me lembrar das suas presenças.
Não vou mais guardar para mim ressentimentos antigos por não ter vivido sonhos que sonhei. Não quero mais a herança de não poder expressar minhas emoções.
Prefiro bordar minha própria escrita, sem resquícios de mágoas reprimidas, de palavras não faladas, de dores não doídas....
Prefiro bordar meu próprio caminho, entrelaçando os pontos, um a um, repetidamente, até que ele seja inteiramente trilhado.
Vou assumir a agulha e a linha da minha vida. Não mais permitirei que outros, apesar de bem intencionados, tentem fazer o bordado por mim.
Eu bordarei a minha própria história. Arrematarei ponto por ponto, sem deixar fiapos.... nem nós.
Um beijo, bordado por mim, em todos os corações!
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