quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Reflexões

Já não tenho dedos pra contar
De quantos barrancos despenquei
E quantas pedras me atiraram
Ou quantas atirei
Auguste Rodin, O pensador, reprodução.
Tanta farpa tanta mentira
Tanta falta do que dizer
Nem sempre é "so easy" se viver

Hoje eu não consigo mais me lembrar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida é um balão

(Lulu Santos/Nelson Motta)


No momento em que começo a repensar minha vida, minhas escolhas, decisões e atitudes, sempre me fica um sentimento de que não fiz tudo o que poderia ter feito para que as coisas pudessem ter sido diferentes do que foram.
Não que eu traga arrependimentos pelos meus atos, mas, penso que alguns deles me levaram a sofrimentos desnecessários. Todavia, acredito que a melhor decisão foi a que tomamos no momento em que se fez necessário tomá-la, não outra qualquer, não essa ou aquela, mas, a que nos pareceu a mais acertada, mesmo que depois isso não tenha se mostrado correto.
Não trago dores por coisas que fiz. Não trago em mim desilusões por ter vivido momentos que, por um instante, apenas, foram eternos, mas que, depois disso, se dissiparam no tempo, me causando dores na alma. Foram momentos felizes, naquele momento, e isso me basta.
Tenho, também, comigo, a certeza de que fiz tudo o que poderia ter feito para que a minha vida pudesse fluir, pudesse viajar no tempo sem estancar em obstáculos encontrados pelo caminho. Me doei, me empenhei, me fortaleci, buscando sempre o meu lugar no mundo. Lugar esse que, a cada vez que me aproximo dele, sinto que se distancia de mim, mas, isso não me impede de continuar a minha busca constante.
Pessoas passaram  por minha vida e deixaram suas marcas. Não me arrependo por ter deixado a porta aberta para que elas pudessem entrar, mesmo para aquelas que não se mostraram bem vindas e, só me deixaram dor, no momento da partida. Faz parte do processo de existir.
Porém, o que me causa uma certa melancolia é quando penso que deixei de fazer coisas que queria, que podia, mas que, por comodismo ou, mesmo covardia, me esquivei, me deixei ficar, não agi.
Isso, para mim, é razão de arrependimento e é o que me faz refletir acerca das consequências que tiveram em minha vida meus momentos de omissão, meus momentos de covardia, meus momentos de comodismo. São essas, as únicas mazelas que, posso dizer, sempre acabam por emergirem nos momentos em que paro para ponderar tudo o que já vivi e o que, ainda, me falta viver. 
Não é que eu viva do passado, de lembranças do que poderia ter sido e não foi, mas, há coisas que acontecem na vida da gente e, outras que deixam de acontecer, pelo simples fato de não termos tido coragem no momento em que deveríamos agir e, por uma razão qualquer, ficamos estáticos, vendo a vida passar na nossa frente, sem ter coragem de pedir para que ela parasse, por um segundinho apenas, para que nós pudéssemos subir em busca da nossa própria felicidade.

Um beijo saudoso....

Nenhum comentário:

Postar um comentário