Jamais haverá ano novo
se continuar a copiar os erros dos anos velhos.
(Luís de Camões)
Enfim, o ano de 2012 chega ao fim. Digo enfim porque, apesar de parecer ter sido ontem o final de 2011, esse ano foi extremamente longo, para mim, em termos de vivências, descobertas e redescobertas.
Comecei o ano realizando a bateria de exames para o diagnóstico da Esclerose Múltipla, foram 3 ressonâncias magnéticas, 1 exame de líquor, 32 tipos tipos de exames de sangue e 1 potencial evocado visual que culminaram na confirmação da minha condição de portadora da enfermidade autoimune, degenerativa e sem cura até os dias atuais.
Depois disso, iniciei o uso das injeções de Rebif e, passei a conviver com a difícil adaptação aos efeitos colaterais do medicamento, juntamente com a minha nova condição de vida.
Por conta da perda de força e das constantes vertigens que, ficaram como sequelas do surto que desencadeou na investigação e consequente descoberta da doença, eu precisei abrir mão de diversas atividades, dentre elas e, talvez a mais significativa, o meu trabalho.
A primavera me encontrou vivendo um novo surto da Escleroso Múltipla. Surto este que me tirou o chão, literalmente, me causando tantas vertigens que pensei que o mundo nunca mais fosse parar de rodar em volta de mim. Mas, felizmente, ele se aquietou e deixou minha cabeça no lugar onde precisa estar.
Tive perdas, tive medos e receios, tive dificuldades imensuráveis, tive de me reestruturar, me reinventar, me redescobrir. No entanto, fazendo um balanço desprovido de autopiedade eu posso dizer que o ano que termina foi o mais construtivo de toda minha vida. Tive algumas perdas, sim, mas, tive ganhos incalculáveis. Ganhos esses que, fazem com que todas as angústias que vivi, se tornem ínfimas diante das conquistas que se acumularam no meu interior.
Incontestavelmente, 2012, foi o ano da minha superação, uma vez que abandonei várias deficiências, ultrapassei meus próprios limites, me desvinculei de temores antigos, assumi minha individualidade, me reconciliei com o espelho, fiz as pazes com minha própria vida e reaprendi a sonhar e a crer na possibilidade de viver cada um dos meus sonhos, tantos os que eu havia arquivado, quanto os que comecei a sonhar a partir da redescoberta de mim mesma.
Foi, durante o ano que está se despedindo, que identifiquei várias das minhas deficiências e as tenho superado, uma a uma, dia após dia. Não posso afirmar que estão todas devidamente resolvidas dentro da minha cabeça, no entanto, as que ainda não foram sanadas, estão bem próximas de ser, uma vez que, acredito mesmo, que o mais difícil em todo esse processo, é assumir nossas próprias dificuldades.
Assim, 2012, vai levar com ele, muitas das minhas neuroses, medos, inseguranças, baixa autoestima, impaciência, desencantos, ansiedades desmedidas e descabidas, falta de fé... São mesmo muitas as coisas que vão na bagagem desse ano que termina. Quero, de verdade, me despedir de tudo o que não me construiu, que me estancou por tempo demais, para dar lugar apenas ao que me faz crescer, evoluir e ser feliz.
Então, me despeço, agora, de tudo o que não me serve mais e saúdo a chegada de 2013 como uma nova mulher, mais leve, mais segura e com muito mais espaço na vida para as coisas que realmente valham a pena serem mantidas dentro de mim.
Adeus, 2012!
Beijos renovados!
Olá Drika,
ResponderExcluirTenho feito da presença da EM na minha vida uma razão pra evoluir como pessoa continuamente. Aliás, devo mesmo agradecer à descoberta dela os melhores ganhos que já tive em minha vida, sem demagagia alguma.
Um feliz 2013 pra você!
Beijos