Bete Tezine, Guilherme, 2012. Lápis sanguínea e sépia sobre fotografia, 20 x 30 cm. |
Nossos filhos não são
nossos. Eles são filhos da vida ansiando pela vida.
(Friedrich Nietzsche)
Meu filho querido, ontem você completou 20 anos. Nossa! Como o tempo passou rápido! Ainda ontem você era um bebê, o meu bebê, tão lindo, tão terno, tão dependente de mim. Não consigo acreditar que já é um homem, que já está começando a trilhar sua própria história sem a necessidade de que eu segure sua mão.
Ainda trago completamente nítido na minha lembrança o dia em que você nasceu. Foi em uma quinta-feira, às 14h24min, de uma tarde ensolarada e de um calor intenso. Você chegou ao mundo gritando a plenos pulmões e me trouxe uma felicidade, até então, desconhecida, a alegria intraduzível de ser mãe, de pegar no colo um ser que saiu de dentro de mim, de acalentar, amamentar e sentir que eu era imprescindível na vida de alguém.
É, meu filho lindo, foi o momento mais importante da minha vida o dia em que você chegou ao mundo, trazendo contigo uma nova razão para eu existir.
Você foi crescendo, sempre muito precoce, e nunca me esqueço das suas primeiras palavras, bem antes de começar a andar, de quando começou a sentar, engatinhar, não me esqueço dos seus primeiros passos e das longas gargalhadas quando eu lhe fazia cócegas.
E o seu primeiro dia de aula, então? Como ele está vivo em minha memória! Você só tinha 3 anos e eu sofri por antecedência durante vários dias, imaginando você grudando em mim, chorando e dizendo que não queria ficar sozinho na escola. Como sofri com a cena que se formava, teimosamente, na minha imaginação! Todavia, quando chegou o seu primeiro dia de aula, qual não foi a minha surpresa quando, ao te deixar no portão, você me deu um beijo e me disse: tchau, mãe, mais tarde você volta para me buscar, tudo bem? E entrou sem nem mesmo olhar para trás... nesse momento eu percebi o quanto eu estava apreensiva por algo que para você era esperado e completamente natural.
Outras lembranças que nunca deixarão de me acompanhar são nossas idas ao cinema, teatro, os programas que assistíamos juntos na televisão. Nossas gargalhadas com as palhaçadas, seus comentários surpreendentes, suas perguntas inteligentes. Ah! Meu filho querido, como sinto saudades desse tempo! Mas, crescer faz parte do processo e, mesmo tento sentido uma imensa vontade de parar o tempo para que você permanecesse indefinidamente criança, eu sempre tive consciência de que você cresceria muito mais rápido do que eu poderia imaginar. E, aconteceu, você cresceu e, agora, se tornou um homem.
Tudo o que falei até agora, meu filho, é apenas um pretexto para te dizer que continua sendo meu eterno menino. Que, para mim, você ainda é o meu menino lindo, terno e dependente de mim, pois, como mãe, me recuso a aceitar que agora pode caminhar sozinho, sem minha mão para te guiar.
Mas, apesar disso, eu sei que de agora em diante, você vai começar a viver sua própria vida e, daqui há algum tempo irá conhecer alguém e constituir sua própria família. Esse será outro momento de emoção intraduzível.
Por fim, meu querido filho, quero que saiba que torço por você incondicionalmente, que sou sua fã nº 1 e que sempre estarei aplaudindo de pé suas vitórias!
Um beijo de uma mãe profundamente coruja!
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