sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Deixe as janelas e portas abertas...


Sei que todos, algum dia, acordamos com a senhora desilusão sentada na beira da cama. Mas a gente vai à luta e inventa um novo sonho, uma esperança, mesmo recauchutada:vale tudo menos chorar tempo demais. Pois sempre há coisas boas para pensar. Algumas se realizam. Criança sabe disso.

(Lya Luft)



Muitas vezes, somos tão machucados pela vida, que nos fechamos dentro de nós mesmos e não nos permitimos um recomeço. Nos retraímos, nos encolhemos, perdemos a autoestima e passamos a acreditar que não merecemos viver nossos sonhos, nem mesmo, o mais ínfimo deles. É, nesse hora, que a dor machuca mais e nos faz refém da sua amargura, envolvendo-nos em uma tristeza infinita e em uma profunda carência de afeto.
A ingratidão fere a alma, fazendo sangrar a ferida aberta até que nossas forças tenham sido sugadas e, passemos a acreditar, que nada e nem ninguém vale mais a pena. 
O desamor provoca uma dor lancinante que exaure nosso coração, fazendo dele uma concha  inacessível a todos que nele tentam adentrar.
A ingratidão caleja nossa capacidade de benevolência e nos atira no calabouço da falta de fé na bondade alheia.
A incompreensão nos causa um mal incalculável, uma mágoa dolorida que, tira de nós, toda a vontade de compartilhar nossas inquietações e emoções conflitantes.
São tantas as dores do mundo que se apossam de nós, que quando nos damos conta, já nos tornamos seres profundamente melancólicos e divorciados da alegria de viver.
Isso, sem a menor sombra de dúvida, é o pior que pode nos acontecer, pois, quando o desencanto com a vida se torna nossa companhia constante, deixamos de enxergar todas as possibilidades de mudanças que se descortinam, diariamente, diante dos nossos olhos, pois,  a escuridão da alma, tira-nos a capacidade de vislumbrar e identificar mudanças capazes de nos reconciliar com o mundo e, acima de tudo, com o nosso próprio eu.
A felicidade, como um estado de espírito imutável e permanente, não passa de utopia, uma vez que, não há ninguém nesse mundo que não tenha vivido, ou, que ainda não vá viver, momentos de infelicidade. Somos seres imperfeitos e, como tal, não alcançamos, ainda, o grau de evolução necessário ao desprendimento que nos leva ao total contentamento com a vida. 
Sendo assim, precisamos ter consciência de que dores, angústias, ingratidões, incompreensões, amores não correspondidos, sempre existirão, porém, isso não significa que estejamos fadados à infelicidade eterna. Não, não é isso que estou afirmando, de forma alguma, pois, o que quero dizer é que, mesmo sabendo que momentos difíceis poderão fazer parte da nossa vida, não devemos fechar as portas do nosso coração e, muito menos, as janelas da nossa alma porque os momentos felizes não batem na porta nem, muito menos, giram a maçaneta a fim de adentrarem em nossa vida, não mesmo. 
Eu sei que esse post está ganhando ares de mensagem de autoajuda, porém, não é bem isso que estou querendo demonstrar com minhas frágeis palavras. O que quero, na verdade, é dizer que, por mais que a amargura se faça nossa companheira, precisamos respirar fundo e não permitir nos tornar reféns da autocomiseração, do desencanto e da falta de perspectiva. Necessário se faz que, escancaremos as portas do nosso eu, para que a felicidade (não aquele utópica, mas , a felicidade real e perfeitamente possível), possa invadir o nosso interior e trazer de volta todas as cores do mundo e a alegria de viver, reacendendo as luzes que clareiam e iluminam nossa busca pelo melhor de nós.
É preciso reconciliarmo-nos com a vida, vida plena, vida repleta de amor...

Um beijo carinhoso...


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