domingo, 9 de dezembro de 2012

Qual é o seu medo?



Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.

(Platão)




Certa vez, li um livro de autoajuda cujo título e autoria não me lembro de forma alguma, mas que, de tudo o que li, me ficou apenas uma pergunta feita pelo autor à qual ele mesmo deu a resposta. A pergunta era a seguinte: Sabe qual a diferença entre você e o Abílio Diniz? Respondendo à própria pergunta, ele escreveu: o Abílio Diniz não teve medo.
Essa fala fica, volta e meia, ecoando em minha mente, toda vez que me deparo com situações que, de uma forma ou de outra, me provocam medo. 
Todavia, hoje, diante de uma pergunta que me foi feita e que, com medo de magoar quem a fez, acabei por me esquivar da resposta, eu questionei a mim mesma se é possível nunca se ter medo. Eu, sinceramente, não acredito que alguém, em algum momento da vida, não tenha sentido medo. O medo faz parte da natureza humana e é ele que nos preserva, nos faz viver mais, uma vez que nos leva a cuidar melhor de nós e nos afastar de situações prejudiciais às nossas integridades física e emocional.
Desde crianças, sentimos medo, medos naturais e medos incutidos  pelos adultos que, na ânsia de obterem a obediência infantil, assombram-lhes com fantasmas, bichos-papões e outras coisas mais que acabam por povoarem seus imaginários. Lembro bem que meu filho, quando ainda criança, não conseguia dormir a noite, chorava, resmungava, não me deixava descansar. Quando cheguei ao meu limite, o levei ao médico para ver se havia algo a ser feito que pudesse amenizar a situação. Assim, no consultório médico, a pediatra lhe perguntou o que acontecia para que ele não conseguisse dormir, em resposta, ele lhe disse que não dormia porque tinha medo dos barulhos da noite. O que eram esses tais barulhos da noite ele não conseguiu explicar, mas, ainda, se passou bastante tempo até que ele superasse esse medo e começasse a dormir novamente.
Crescemos, abandonamos alguns medos, alguns outros nos acompanham e adquirimos outros no decorrer da nossa existência. Existem pessoas que têm medo de altura, outras de lugares fechados, outras de falar em público, outras do escuro, outras de situações novas, algumas têm medo de adoecerem, quase todas de morrerem, existem aquelas que têm medo de aranha, barata e outros insetos mais. 
Na verdade, é quase impossível não se ter alguma fobia. Eu mesma, posso fazer uma extensa lista de todos os medos que me acompanham, alguns deles são leves, outros, são verdadeiras fobias. A título de exemplo, posso citar os meus medos de lagartixa, de tempestade com raios e trovões, de ventania, de água (esse é uma fobia real)... na verdade, tenho mesmo muitos medos, apesar de ter superado, ultimamente, uma série de outros que me assustavam verdadeiramente e, como portadora de Esclerose Múltipla, de todos os medos que carrego, sem sombra de dúvida nenhuma, o que mais me aterroriza é o medo da dependência física. Esse, realmente, é o maior de todos os medos que habitam em mim.
Por outro lado, existem alguns medos que são comuns a toda a humanidade, como o medo do desemprego, de guerras, da violência exacerbada, de calamidades públicas, de perder alguém que se ama...quem, de verdade, não tem medo de coisas assim?
E você, qual é o seu medo?

Um beijo encorajador!

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