quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Vou sobreviver, mais uma vez....






Você pode sobreviver, mas sobrevivência não é vida.

(Osho)






Às vezes, a vida nos coloca em situações que cobram de nós muito mais do que podemos dar. Não nos deixa saída, pois, para todos os lados que olhamos, o abismo é certo.

Tomar um caminho nos leva, indubitavelmente, ao desfiladeiro da nossa alma. Escolher o outro nos conduz, a tal destruição, que nosso coração parece parar de bater dentro do peito.
Não há saída, não há escolha que torne possível diminuir nosso sofrimento. Nada do que façamos ou digamos pode minimizar o estrago que nossa reação ou inanição vai causar em nossa vida.
Hoje, eu vivi, literalmente, essa sensação de impotência diante de uma escolha imposta a mim. Na verdade, não tive escolha, pois nenhuma das decisões que tomasse, impediria um dos momentos mais angustiantes que posso dizer que vivi. Eu não tinha como impedir isso. Nada do que eu fizesse seria capaz de mudar o rumo que as coisas tomaram. 
Meu canto, então, se fez pranto.
Minha luz, de repente, foi apagada.
Meu dia se fez noite sem passar pelo entardecer.
Meu sorriso congelou nos lábios e me fez emudecer.
Minhas palavras adquiriram a acidez do mais intenso vinagre.
Minha voz ficou presa na garganta.
Meu soluço machucou minha alma.
Minha dor cavou feridas no meu coração.
Minha vida, de repente, se perdeu. Se perdeu em meio ao turbilhão de sentimentos conflitantes que se apossaram do meu ser.
Nada do que falei, nada do que escrevi, nada do que mostrei, puderam modificar o curso de dor e angústia que minha história tomou.
Hoje, é mais um dia de escuridão, mas, como todos os outros, sei que em algum momento, por mais improvável que pareça, a luz entra pelas frestas da janela outra vez e a vida, aos pouquinhos, vai voltando para junto de mim.
Vou sobreviver, acredite, pois sobreviver é só o que tenho feito, há tanto tempo, que nem me lembro mais de quando foi a minha primeira quase-morte.

Um beijo repleto de amargura por não ter tido a oportunidade de fazer ser diferente do que foi.


Nenhum comentário:

Postar um comentário