Bete Tezine, 2012 (44 anos, 7 meses e 13 dias). |
Na autoimagem o que
conta é a avaliação que você faz dos seus atributos - sua inteligência, sua
beleza, seu talento. Se você menospreza a sua própria capacidade, acabará
desperdiçando chances preciosas de se realizar e ser feliz.
(Luisa de Oliveira)
Até bem poucos aniversários atrás, a idade não era problema para mim, pois, eu nunca parei para pensar que o tempo estava passando, passando tão rápido que não deu nem tempo para refletir acerca das mudanças físicas e emocionais que o passar dos anos trouxe para a minha vida.
Porém, agora, em meio a tantas mudanças que têm ocorrido no último ano, me pus a analisar o que significa para mim, chegar próximo de meio século de existência. E, a conclusão que cheguei, foi surpreendente, uma vez que nunca imaginei que poderia me achar melhor do que fui quando tinha 35 anos, por exemplo.
Realmente, fiquei surpresa ao perceber que fiquei mais de bem comigo mesma, às vésperas do meu 45º aniversário, do que estive durante toda a minha vida.
Pode ser que me perguntem o por quê disso e, eu, passarei a discorrer sobre tudo o que vivi, sobre tudo o que aprendi e sobre tudo o que fez de mim a mulher que sou hoje. Não foram poucas as mudanças que tive de enfrentar e nem poucas foram as situações que exigiram de mim um constante reinventar-me, uma constante adaptação às circunstâncias que me fugiram ao controle.
Para os que acompanharam minhas reflexões anteriores, fica fácil vislumbrar tudo o que estou falando, pois, muitas vezes, já afirmei que me considero uma mulher melhor do que fui até o diagnóstico da Esclerose Múltipla. Porém, o que não falei é que, aos pouquinhos, estou me reconciliando com a imagem que o espelho reflete e que eu não sentia ser a minha.
A bem da verdade, eu simplesmente deixei de olhar para mim mesma por tempo demais, tempo esse que me fez estranhar o meu reflexo quando resolvi que era chegada a hora de me ver novamente como pessoa. Confesso que levei um susto. Confesso que me achei envelhecida, não me reconheci, não me aceitei. O que apenas me fez negar que o tempo passou e deixou marcas em mim, inevitáveis.
Todavia, o meu processo de aceitação da Esclerose Múltipla, trouxe de carona, uma maior tolerância comigo mesma. Posso dizer que deixei de ser tão exigente com minhas próprias emoções e autoimagem.
Assim, embora seja prematuro dizer que já aceitei plenamente o meu reflexo no espelho, posso assegurar que estou aprendendo a me amar do jeito que sou agora, ou seja, uma mulher de 45 anos, mãe de dois filhos, que já passou por poucas e boas na vida.
Hoje, posso dizer, seguramente, que minha imagem refletida no espelho não me assusta mais. Estou aprendendo a me olhar com outros olhos, os olhos de alguém que me fez reaprender a gostar de mim.
Um beijo um pouquinho mais maduro!!!
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