(Moacir Costa)
Muitas vezes, passamos a vida inteira, ou, boa parte dela, ao lado de alguém que, de tanto que nos faz bem, de tanto que nos completa, passamos a achar que ela é uma extensão de nós mesmos e, por esse motivo, não damos a ela a atenção e o cuidado que ela necessita.
É estranho como, depois de algum tempo, passamos a acreditar que não há mais necessidade de expressarmos, por meio de gestos e palavras, a importância que esse alguém tem para nós. Não demonstramos afeto, não demonstramos nossa gratidão, nossa preocupação e, muito menos, a necessidade que temos dela na nossas vidas. Agimos como se o simples fato de estarmos ao seu lado,fosse suficiente para expressar esses sentimentos que, a bem da verdade, estão dentro de nós, mas que por comodismo não deixamos que eles saiam e envolvam a pessoa da qual necessitamos demais e não somos capazes de enxergar isso espontaneamente.
O tempo passa, a relação vai se desgastando, dia após dia, pela falta de reciprocidade, pois mesmo que a nossa companhia, durante muito tempo, consiga demonstrar a nossa importância, o tamanho do seu amor e o cuidado que tem por nós, é chegado um tempo em que ela começa a perder o encanto e a recalcar, dentro dela, essas manifestações de amor e carinho e, quando a relação atinge esse ponto, algo se quebra e por mais que tentemos juntar os cacos e uni-los em uma colagem quase perfeita, a olho nu, nunca mais conseguiremos restaurar por completo o sentimento partido, pois, uma vez quebrado, ele se modifica, se transformando em algo muito aquém do amor que foi e que se perdeu por falta de ser regado com atenção e cuidado todos os dias.
Assim, infelizmente é nessa hora que deixamos a porta aberta para que esse alguém, a quem ainda amamos, mas que perdermos por nosso excesso de segurança no amor dele por nós, saia da nossa vida por ele próprio ou, levado por alguém que trouxe para ele tudo o que nós deixamos de lhe dar, resgatando sua autoestima que, mesmo involuntariamente, lançamos por terra.
É, nesse momento, que "a ficha cai", é nesse exato momento que damos conta de todos os sinais que nos foram enviados e que, por pura desatenção, foram ignorados, fazendo com que continuássemos estáticos, vendo o amor da nossa vida indo embora sem esboçarmos qualquer intenção de mantê-lo junto de nós. É doloroso, é sofrido, é angustiante, é desesperador, mas, no momento em que a porta se fecha depois da partida, só nos resta aceitar que foi nossa culpa, nossa mais inteira culpa, a perda desse alguém que não nos demos conta a tempo, mas era nossa razão de viver.
Então, quando isso acontece, só nos resta seguir adiante, tentando conviver da melhor maneira possível com a falta que esse alguém nos faz e desejar, profundamente, do fundo do nosso coração, que nosso ex amor seja imensamente feliz.
Um beijo no coração (espero que inteiro) de todos!
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