quarta-feira, 29 de maio de 2013

Trocando de lugar...

Troca (autorretrato), Bete Tezine, 2013.
Pintura digital sobre fotografia.




A compreensão de outrem somente progredirá com a partilha de alegrias e sofrimentos.

( Albert Einstein )






Parafraseando Shakespeare, depois de certo tempo, aprendemos que não importa o quanto  admiremos uma pessoa e nos preocupemos com ela e entendamos a dor dela, em algum momento ela irá nos ferir e, por mais que doa, temos de perdoá-la.
Essa fala de Shakespeare traduz um aprendizado ao qual tenho sido submetida durante boa parte da minha vida. Tenho aprendido que por mais que eu me importe, certas pessoas simplesmente não se importam com os sentimentos alheios.
Eu tenho um traço de personalidade que não não sei se é virtude ou defeito, mas que sinceramente espero ser virtude, que é o de me colocar no lugar do outro... sempre fui assim. Sempre permiti me imaginar vivendo a situação inversa e me perguntar o que faria se estivesse do outro lado. E se fosse comigo? E se eu estivesse vivendo esta situação, o que eu faria? Como eu reagiria? O que eu gostaria que fizessem por mim? O que eu esperaria dos outros com relação a mim? Esses são alguns dos questionamentos que me faço sempre que me deparo com situações que me levam a refletir no por quê dessa ou daquela reação. Isso é meu e não sei se quero mudar. Não sei se quero, mesmo muitas vezes sendo mal interpretada, incompreendida ou rotulada como ingênua ou algo do gênero,  desistir de tentar vivenciar, nem que seja por segundos, a dor do outro.
No entanto, é verdade que muitas vezes, ou melhor, quase sempre, não encontramos reciprocidade quando necessitamos que alguém se coloque em nosso lugar a fim de entender a real dimensão dos  sentimentos, medos e incertezas que nos levam a assumir esse ou aquele comportamento... a suportar mais ou menos pressão... a rir ou chorar com maior ou menor intensidade... a se agigantar ou se fragilizar com a mesma facilidade... enfim, só precisamos ser compreendidos de verdade, sem demagogia, sem hipocrisia, mas sermos compreendidos de forma que o outro tenha se transportado, ao menos por frações de segundos, para dentro da nossa história.
Mas não há como cobrar nem exigir isso de ninguém, uma vez que cada um de nós somos ímpares e dotados de características que nos diferenciam e nos qualificam a sermos quem somos. Então, mesmo que por momentos doa, mesmo que uma ferida seja aberta em nossa alma, devemos, mais uma vez, nos colocar no lugar do outro que não consegue fazer isso e perdoarmos a sua falta de compreensão, pois, se assim não for feito, de nada valerão essas minhas divagações...

Beijos compreensivos no coração de todos...


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