quarta-feira, 29 de maio de 2013

Hoje, doeu, outra vez...

Autorretrato, Bete Tezine, 2013.
Pintura digital sobre fotografia



Quase todos os homens morrem de seus remédios, não de suas doenças.

(Moliére)








Hoje, acordei com a terrível sensação de que fui atropelada por um trator esteira, em seguida, por uma carreta carregada com uma carga pesadíssima e, para finalizar, por um ônibus coletivo em horário de pico.
Pode parecer exagero, mas, foi exatamente assim que me senti quando abri os olhos e tentei me levantar da cama. Meu cérebro latejava tanto que a impressão que tive foi a de que, enquanto dormia, implantaram uma bomba relógio dentro do meu crânio, tal a sensação de iminente explosão que me acometeu. Mexer a cabeça foi um ato doloroso, mover os olhos foi uma tarefa tão árdua que cheguei a sentir vertigens. Minhas pernas ganharam um peso absurdo, passando a pesarem cerca de 1 tonelada cada uma. E a dor, então? Me nocauteou de verdade.
Como hoje é terça-feira, os que acompanham meus posts já devem saber que ontem foi dia de aplicação do Rebif, este bipolar inveterado que passa tempos comportado, fazendo apenas o seu papel de desacelerar a progressão da minha companheira indigesta, mas que, vez ou outra, se revolta, se tiraniza e me acomete com seu mau humor de todas as formas possíveis. Hoje, ele fez, realmente, um grande estrago em mim.
Passei o dia inteiro de cama, prostrada e cheia de dores que nenhum analgésico foi capaz de amenizar e, para maximizar os efeitos indesejados, a fadiga, essa verdadeira "mala sem alça", se aproveitou da minha fragilidade e grudou em mim feito goma de mascar, me provocando um total exaurimento, tanto físico, quanto mental.
Hoje, estou odiando tudo que se refira à Esclerose Múltipla e, não pensem que é revolta, pois, não é, mas, apenas, um permitir-se, vez ou outra, me rebelar contra a gama de efeitos indigestos que ela traz em sua bagagem.

Um beijo muito dolorido...

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