segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cada um de nós é o produto das próprias vivências...


Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.

(Carlos Drummond de Andrade)


Cada um de nós é o produto das próprias vivências, sonhos, expectativas, projetos, medos, anseios, incertezas, ilusões, desilusões, alegrias, tristezas, angústias, realizações, decepções, enfim, de toda a gama de experiências e sentimentos que nos acometem durante a nossa caminhada pelas páginas da nossa história.
Somos feitos de matéria orgânica, mas, essencialmente, somos seres dotados de emoções que definem quem somos e como somos. 
Não há certo ou errado, não há melhor ou pior, pois,  quando se trata de características pessoais, cada um é o que é e isso é o que importa. E é essa personalidade única que define a maneira como cada um reage ou se posiciona diante dos acontecimentos, descobertas, lutas e dificuldades que nos acometem na nossa trajetória.
Sendo assim, quando descobrimos que possuímos uma doença crônica e incurável (no meu caso a Esclerose Múltipla), embora a enfermidade seja a mesma para muitos de nós, não há como determinar um padrão de reação, aceitação e enfrentamento para todos os que a possuem. É mesmo impossível esperar de todos a mesma forma de lidar com a nova condição de vida. É  inconcebível padronizar comportamentos perante as dificuldades que a recente companheira de vida traz em sua bagagem. 
Dizer que essa maneira de enfrentamento é melhor que aquela, ou, estabelecer parâmetros a serem atingidos, é completamente infundado, uma vez que a unicidade da personalidade de cada um é o que define seu tempo de aceitar e sua forma de encarar tudo o que advém depois do diagnóstico.
Comparações são altamente prejudiciais e infrutíferas. Isso, em todas as esferas da vida, sem exceção e, no que tange às reações individuais perante uma doença grave, equiparar se torna um ato abominável e destrutivo para aqueles que se veem comparados com outros acometidos pela mesma anomalia.
Por tudo isso, é primordial que se tenha discernimento e que se respeite a forma de agir de cada um, apoiando, compreendendo, ajudando, estendendo a mão, emprestando o ouvido, a fim de tornar mais fácil, para cada um de nós diagnosticados com Esclerose Múltipla ou outra doença incurável, o processo de aceitação e convivência com a enfermidade.

Um beijo individualizado!


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