Por favor, não se compare com ninguém, sempre existirá alguém melhor que você em alguma coisa, mas jamais igual. Se comparar é falta de amor a si, um tiro na autoestima.
(Roger Stankewskia)
Como "esclerosada" que sou e, acredito, o mesmo acontece com todos os demais companheiros de enfermidade, me sinto completamente aviltada quando sinto que estão comparando a maneira com que a doença neurológica se manifesta em mim, os sintomas que ela me acarreta, as reações que o Rebif me provoca, com os sintomas e reações de outros portadores.
Por favor, não me entendam mal achando que eu quero supervalorizar meus sintomas em detrimento dos de outras pessoas. Longe de mim, pois se não gosto de ser comparada, como é que vou fazer comparações de outras pessoas comigo mesma?
Na verdade, o que estou tentando dizer é que sendo a Esclerose Múltipla uma patologia multifacetada e imprevisível, em cada ser que acomete ela se manifesta de uma maneira que, muitas vezes, apesar de semelhante, causa sintomas mais ou menos debilitantes, compromete mais ou menos as capacidades produtivas, causa maior ou menor dependência física, ou seja, não há um padrão definido para a forma como ela vai interferir na vida de cada um de nós que a temos como companheira de jornada.
Sendo assim, de que forma se pode comparar as dores, fadigas, dificuldades de locomoção, parestesias, intolerância ao calor, espasticidade, dificuldade de concentração, problemas de memória, descontrole urinário, coordenação motora deficiente que, mesmo que sejam sintomas compartilhados por muitos de nós, nem sempre a intensidade ou a extensão dos danos provocados no nosso organismo são os mesmos? A bem da verdade, quase nunca são, pois como geniosa que é, a nossa amiga adora brincar com o nosso corpo a seu bel prazer.
Diante de tudo isso, caso você seja, assim como eu, portador de uma doença incurável, principalmente uma tão imprevisível como a Esclerose Múltipla, nunca se compare ou se deixe comparar com outro portador. Nós somos únicos em tudo, inclusive na maneira como a patologia se manifesta em nós. Por outro lado, se você convive ou conhece alguém que tenha uma doença desse porte, jamais faça comparações entre esse alguém e um outro alguém em condições que, apesar de semelhantes, são completamente individualizadas, uma vez que cada um é cada um e não há comparação possível a ser feita com relação a forma com que uma enfermidade se apossa de nós.
Um beijo incomparável!
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