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(Martha Medeiros)
Quando nos vemos acometidos por males que nos enfraquecem emocionalmente e fisicamente somos bombardeados com palavras, muitas vezes bem intencionadas até, de que devemos agir dessa ou daquela maneira, de que devemos nos levantar porque ficarmos muito tempo deitados não é bom, de que devemos reagir, de que devemos parar de dramas, de que devemos ser fortes, de que devemos tomar tal chá ou remédio que foi bom para alguém que também estava como nós, de que não devemos nos preocupar com coisas que não tem como não nos preocupar e por ai vai.
Confesso que isso não é nada agradável, uma vez que se fosse algo que dependesse apenas da nossa força de vontade, com certeza nem teríamos adoecido, mesmo porque, me digam, quem em sã consciência quer contrair qualquer tipo de enfermidade? Quem quer se ver prostrado em uma cama sem forças até para falar? Quem busca para si sentir dores e toda gama de sintomas que as doenças nos provocam?
Então, embora muitos cavem doenças para si, quando se entregam a vícios e vidas completamente desregradas, eu estou falando aqui das pessoas que fazem de tudo para viver o melhor possível e, mesmo assim, são acometidas por fatalidades que as relegam a doenças, algumas transitórias, outras incuráveis, mas todas, de algum modo, provocam sofrimentos imensuráveis pelos que nunca viveram nada parecido.
Ter de justificar a própria doença é exaustivo. Ter de explicar que não é falta de força, otimismo ou vontade é desgastante. Ter de se violentar para não demonstrar fraqueza para os que nos cobram coragem é desalentador. Nada disso colabora para nossa cura, nada disso nos fortalece, nada disso nos faz sentir melhores. Pelo contrário, isso apenas nos deixa profundamente decepcionados por ver que nossos sofrimentos são minimizados e, muitas vezes, menosprezados por aqueles de quem esperávamos apoio e compreensão.
Não precisamos de receitas mirabolantes de cura, pois já estamos buscando a cura quando nos submetemos, por conta própria, a tratamentos físicos e emocionais, quando não nos recusamos a usar os medicamentos receitados por profissionais qualificados, quando nos esforçamos para superar dia-a-dia nossas enfermidades.
Porém, o que precisamos, de verdade, é que nossas enfermidades sejam olhadas com respeito, mesmo quando elas não sangrarem, mesmo quando elas não deixarem expostas feridas em nosso corpo, mesmo quando elas não forem passíveis de serem vistas apenas com um simples olhar.
Não queremos piedade, não queremos discursos de auto ajuda, não queremos comparações... queremos apenas compreensão, apoio e respeito, pois um simples gesto de atenção, carinho e entendimento, pode nos levar à cura, senão à cura completa, ao menos à cura dos sintomas que nos levaram além do limite das nossas forças.
Não estamos doentes porque queremos, estamos doentes porque fomos vítimas de uma fatalidade da vida e todos, sem distinção, poderão passar um dia pelo mesmo, infelizmente. Portanto, nunca cobre força de quem está dando tudo de si para sair do buraco em que mergulhou, mas estenda sua mão e o ajude a sair de lá.
Beijos na alma!
Verdade minha amiga, como é difícil para as pessoas entenderem esse processo
ResponderExcluirda nossa vida né? Mas vamos em frente!