domingo, 10 de fevereiro de 2013

Chore! Grite! Xingue! Blasfeme! Só não guarde a mágoa dentro de você...


De repente ...
deu uma vontade louca de gritar,
não qualquer coisa,
uma coisa sem motivo !
Deu vontade de gritar o que estou sentindo,
o que está no meu peito,
o que feriu minha alma e meu coração.
Irei gritar, sem consultar minha intuição.

(Liah)

Existem alguns períodos das nossas vidas em que passamos por momentos intensamente dolorosos, seja pela perda de algo ou alguém muito querido, seja pela descoberta de uma enfermidade grave, não importa, o que importa é que nossa alma é invadida por uma angústia tão contundente que nos leva a mergulhar em um vale de lágrimas sofridas e dolorosas.
No primeiro instante, não há consolo possível, e nem queremos ser consolados. Não adianta nos falarem que devemos ter fé, pois, independentemente de termos ou não uma religião ou a crença em uma força suprema, nos sentimos tão abandonados, tão injustamente abandonados nesse momento, que não tem como não crer que fomos deixados de lado pela vida. 
Essa, é uma reação perfeitamente normal que durará algum tempo e que deve ser respeitada, pois, só depois dessa fase é que encontraremos forças para reagirmos e começarmos a olhar as nossas perdas com um pouco menos de desespero, por assim dizer.
Também, é absolutamente normal que, durante esse período, nos fechemos em nós mesmos e nos afastemos das pessoas que nos olham com piedade disfarçada em uma fé que, verdadeiramente, não possuem. Essas pessoas, longe de nos trazerem conforto, nos provocam ainda mais revolta com tudo o que estamos vivenciando. Sendo assim, devemos ser respeitados em nossa solidão voluntária e termos o tempo necessário para a assimilação das nossas decepções, medos e incertezas.
Não queremos piedade, não queremos discursos de fé e esperança, não queremos ouvir que a vida deve continuar, queremos, apenas, poder digerirmos nossa dor sem que sejamos considerados fracos ou sem fé.
Nesse momento, só precisamos de alguém que nos ouça, nada mais. Alguém que não julgue, que não faça discursos, que apenas nos diga: grite! Chore! Xingue! Blasfeme! Coloque toda a sua angústia para fora em forma de palavras e gestos. Quebre copos, atire pratos na parede, mas coloque para fora a dor que te consome e revolta. Se quiser, eu xingo com você! Posso dizer todos os palavrões do mundo para que você possa se sentir entendido e fortificado pela minha presença e compreensão. É só desse alguém que precisamos, mas, na esmagadora maioria das vezes, esse alguém inexiste nas nossas vidas. 
É por esse motivo que eu te digo, nesse momento, que estou aqui! Me chame, use meus ouvidos, use a minha voz para poder exprimir toda a mágoa com a vida que possa estar presa dentro de você, Não vou fazer discursos de fé, não vou falar que precisa ser forte, falar para quê? Disso você já sabe. O que você não sabe é que não precisa ser forte o tempo inteiro, que tem todo o direito de gritar, espernear, mandar todo mundo para PQP  e não querer ver ninguém que te olhe com piedade, pois, não é de dó que precisa, mas, de compreensão. 

Um beijo que você sabe que é de alguém que te compreende e apoia em tudo o que precisa...


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