sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Eu quebrei...

Imagem: Google Imagens





As engrenagens da vida não param de rolar, porque eu caí, me estatalando no chão.

(Aimara Schindler)









Eu nunca aprendi, verdadeiramente, a dizer não. Na verdade, melhorei muito, mas ainda estava sendo difícil para mim falar não, mesmo quando eu não tinha condição alguma de realizar o que me era solicitado. Mesmo com dor, fraqueza, fadiga tomando conta, eu estava me forçando a não dizer não pra ninguém. Continuava fazendo tudo o que eu podia e o que eu não podia também.
Quantas vezes me arrastei para fazer alguma atividade com os olhos cheios de lágrimas pelo esforço e pela dor de não conseguir dizer: agora eu não tenho condições de fazer, desculpe. Vezes incontáveis, aliás, não tenho lembrança de ter dito essas palavras para ninguém.
Eu estava sobrecarregada de atividades que me exauriam e o que me dá prazer, me acalma, me preenche, foi deixado de lado, pois a fadiga não me permitia realizar mais nada ao final do dia. Andei ausente daqui, pouco escrevi nos últimos meses. Os trabalhos artísticos se extinguiram. Os sorrisos rarearam.
No entanto, a vida tem um jeito engraçado, peculiar e próprio de realizar o que deveria ter sido feito por nós e, por comodismo, covardia ou omissão, deixamos passar as diversas oportunidades que nos são dadas de colocar as coisas no lugar. E comigo não tinha porque ser diferente... eu não parei por mim, a vida me parou. 
Semana passada, mais precisamente na sexta-feira, prendi o pé no vão da calçada de casa e, as pernas que já estavam oscilantes, desequilibraram e eu caí, fraturando o tornozelo em 2 lugares. Isso por si só já seria motivo de desespero da minha parte, não fosse eu ter fraturado o outro tornozelo há 6 anos, o que resultou em 1 placa, 10 pinos e uma dor crônica. Desta vez, não vou precisar de cirurgia, desde que eu fique 60 dias sem pisar no chão. 
Eu quebrei... Eu chorei demais, ou melhor, tenho chorado demais. De início por dó de mim mesma, depois por dor física e agora por dor física e dor da alma. Meu freio de mão foi puxado compulsoriamente e eu estou me sentindo impotente e com medo, pois ao me ver completamente dependente fisicamente, os fantasmas se acercam de mim e me mostram suas faces gélidas. 
Porém, apesar de tudo isso, eu sei que é apenas a vida colocando as coisas no lugar para que eu possa ter melhor qualidade de vida e me dedicar ao que me faz feliz. 

Beijos na alma...

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