terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Quero uma chance de tentar viver sem dor...


Quero um machado
Pra quebrar o gelo
Quero acordar
Do sonho agora mesmo
Quero uma chance
De tentar viver sem dor

(Carlos Stein / David Bowie /
Sady Homrich / Thedy Corrêa)



Definitivamente, estou cansada de sentir dor!
Estou exausta de ser escravizada por dores constantes que me exaurem, debilitam, escravizam, amargam meu humor...
Estou mesmo cansada..
Desde que eu me lembre, adolescente ainda, eu já ia a médicos em busca de respostas e soluções para as dores que sentia. Um dia doía a cabeça, outro dia doía as pernas, num outro doía as articulações, noutro doía os olhos... eram tantas dores que eu cheguei  a sentir vergonha de falar, uma vez que eu nunca respondia que estava bem quando alguém perguntava como eu estava, sempre tinha alguma dor me incomodando a ponto de eu brincar dizendo que iria mudar meu nome para Maria das Dores (rsrsrsr). Seria engraçado caso não fosse tão doloroso.
O tempo passou, eu descobri a Esclerose Múltipla e as dores maximizaram-se, pois, além das dores do corpo, passei a colecionar dores da alma também e, estas, digo com total segurança, são as dores mais doloridas que podemos sentir. Analgésicos, mesmo os psicotrópicos, não funcionam contra as dores que dilaceram nossas emoções...
Assim, tenho colecionado dores... as enxaquecas são constantes e, em dias pós-Rebif, beiram a níveis insuportáveis. Hajam analgésicos para as baixarem a níveis toleráveis! Durante a TPM então, sem palavras para descrever o turbilhão de dores que se apossa de mim. São dores fortes de cabeça, dores terríveis nas pernas, dores emocionais que afloram, às vezes, gratuitamente, mas que me deixam sensível demais, triste demais, sozinha demais...
É, verdadeiramente, estou cansada de sentir dor e, mais cansada ainda, de ter de me entupir de analgésicos que nem de longe fazem o efeito esperado. 
Quero uma vida com menos dor..
Quero acordar sem sentir como se uma bomba tivesse sido armada dentro do meu cérebro...
Quero subir e descer escadas sem parecer que tenho 150 anos de idade...
Quero fazer movimentos sem sentir meus músculos e articulações queimarem e, antes que alguém fale, eu não sou sedentária, me exercito regularmente...
Quero que as feridas da alma cicatrizem rápido, que não fiquem tanto tempo abertas jorrando sangue...
Quero uma chance de tentar viver sem dor...

Beijos doloridos...

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