terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Ano novo... e a fadiga continua a mesma...



O meu cansaço não será desfeito com um longo banho ou uma noite de sono... 

(Eve Frozino)



Depois que escrevi o post natalino, tinha comigo a ferrenha intenção de fazer uma retrospectiva de 2013 e escrever sobre minhas resoluções de ano novo, no entanto, como esclerosada que sou e como as temperaturas resolveram ficar nas alturas, mais uma vez, como em muitas outras situações, eu me vi impedida de levar adiante uma decisão, simplesmente por me ver tomada pela fadiga, em tal nível, que pensar, enxergar, falar, me mover, foram coisas quase que impossíveis por vários dias. 
Fiquei imprestável, na verdadeira acepção do termo. As dores nas pernas ficaram quase que insuportáveis, os braços fraquejaram, meu corpo simplesmente não obedecia aos comandos do meu cérebro, o que me fez lembrar das palavras que uma leitora do blog deixou nos comentários de um post e que eu pego de empréstimo para ilustrar o que eu senti nesses dias de festas:

 É lúdico dizer que quem tem E.M. pode e deve levar uma vida normal, quem tem sabe que é como ter um motor de Ferrari em uma carroceria de charrete, tudo pode contribuir para acidentes, até um fiozinho de água, ou uma pedrinha de rio, a cabeça quer mas o corpo não obedece.

Ah! Como eu me vi nessas palavras dela! Pois, ela traduziu exatamente como me sinto... meu cérebro é um motor que, embora às vezes demonstre cansaço, ainda tem uma potência considerável, mas está enclausurado em um chassi frágil, a aerodinâmica não ajuda em nada, podendo se perder nas curvas, exigindo um cuidado redobrado ao ser dirigido. Os pneus estão carecas, derrapam com facilidade, enquanto o câmbio está apresentando problemas para engatar as marchas mais rápidas, então, praticamente, só tenho andado em primeira e segunda marchas, o que atrasa, deveras, minha viagem. O radiador não dá conta de refrigerar o motor, pois a bomba d'água está apresentando vazamentos, o que superaquece meu corpo.
Porém, tudo isso seria muito fácil de ser resolvido, se ao invés de eu estar falando metaforicamente do meu corpo esclerosado, eu estivesse falando de um carro velho que estivesse dirigindo, pois um carro poderia ser reformado, recebendo novos acessórios, reparos mecânicos e na carroceira, ou, caso fosse inviável a reforma, poderia comprar um carro que atendesse minhas necessidades da melhor forma possível. 
Mas, quem compartilha da presença indesejável e extenuante da Esclerose Múltipla em sua vida, comigo, sabe exatamente que não podemos trocar nossas "peças" cujas validades forem vencendo, não há como turbinarmos nossas "carrocerias". 
Sendo assim, o que nos resta, é cuidar da melhor forma do que temos, respeitar nossos limites, dirigir-nos cuidadosamente pelas curvas da vida e viver um dia por vez, vencendo as distâncias um passo de cada vez.

Beijos fadigados! 

Um comentário:

  1. Cara amiga, nesse momento me sinto exatamenre dessa forma, querendo andar a 120 por hora, mas so o que me resta de forca consigo 10 por hora e com parada pra descanco.

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