terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Vamos florir?





Engana-se aquele que afirma que tem força suficiente para não se entregar, tantas e tantas vezes, às lágrimas e angústias desenfreadas.

Ilude-se quem engole os soluços para não deixar transparecer a sua humanidade.

Quem não tem suas fraquezas interiores e exteriores?

Quem nunca se ressente pelas mazelas físicas e da alma?

Quem não se entrega ao choro nos momentos em que as forças se esvaem quase que por completo?

Existem instantes que, de tão lancinantes, abrem ou reabrem feridas no corpo e na alma.

A vida não é perfeita, gente não é perfeita e, como disse shakespeare "qualquer um é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente."

Têm dias que dói mais, outros nem tanto e outros que nem dói. Há dias que um terremoto não nos abala, mas há outros em que uma folha seca caindo de uma árvore abala o nosso centro de gravidade. Existem dias em que só ficam os perfumes, porém existem outros em que um minúsculo espinho nos fere.

Ninguém é comparável, nenhum grau de sofrimento é comparável, nem ninguém é melhor que ninguém porque já aprendeu a domar suas dores em público. 

Respeitar a dor alheia é obrigação dos que têm dores mais brandas ou aprenderam a camuflá-las para se agigantarem diante dos outros. Assumir que nem sempre dá para lidar com as mazelas da vida não é fraqueza, pois temos de ter muita coragem para deixarmos transparecer nossas fragilidades e imperfeições, uma vez que a ditadura da felicidade constante tende a menosprezar aqueles que demonstram que isso é apenas uma utopia, pois quem consegue ser feliz 24 horas no dia? 30 dias no mês? 365 dias no ano?

A vida é assim, composta por momentos de alegria e por momentos em que somos tomados por tristezas, dissabores e dores que desatinam nossa alma.

Mas, (sempre tem um mas, não é mesmo?), o que não podemos é viver sob a égide da escola da tristeza, como diz o professor Clóvis de Barros Filho. A tristeza, embora necessária muitas vezes para que possamos mergulhar em nosso interior desordenado e fazer os devidos ajustes para que ele volte ao normal, não pode ser o elemento norteador da nossa existência. Temos direito ao choro, ao desespero, por que não?, ao desalento, porém, temos de nos cercar da energia necessária para buscarmos ajuda e apoio quando percebermos que não estamos conseguindo emergir desse triângulo vicioso da dor, lágrimas e autocomiseração sozinhos. 

Nosso corpo pode até adoecer, faz parte, mas não podemos deixar nossa alma adoecer com ele de forma irreparável. 

Vamos desabrochar dos botões do inverno e florescer! Vamos sair dos casulos e borboletar! Vamos sair da hibernação e voltar à vida! 

Tudo passa nessa vida, mas tudo volta,  mas tudo passa de novo e, assim, vamos fortalecendo nossos sentimentos e nos blindando contra aqueles que não querem ver um sorriso despontando em nossos lábios após uma noite de choro.

Beijos no coração de todos...







2 comentários:

  1. Que lindo post amiga!
    Realmente sentimentos, sofrimentos e alegrias não podem ser medidos.
    Cada ser humano é um universo e como tal deve ser respeitado.
    Beijinhos querida <3
    Neyra.

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  2. Lindo texto amiga!!!
    Amei.
    Beijinhos
    Fabi

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