Os pesos que acumulamos sobre nossos ombros no decorrer da vida faz com que nós percamos energia dia-a-dia.
As preocupações diárias, problemas de todas as espécies, as frustrações, as incompreensões, as decepções, os problemas que não são nossos, mas que de uma forma ou de outra acabam por nos envolver em suas tramas...tudo isso acaba por minar nossa resistência e nos torna susceptíveis à doenças físicas e emocionais, pois, quando adoecemos, não adoecemos só de corpo, nossa alma adoece junto. Somos um todo... corpo e emoções estão interligados...
Pessoas saudáveis acabam adoecendo por "carregar, ou tentar carregar, o mundo nas costas", agora o que dizer de pessoas que já carregam em seus ombros o peso de uma doença crônica grave?
Se a Esclerose Múltipla for desencadeada por estresse e descontroles emocionais, ouso dizer que foi o que me levou a desenvolvê-la, pois durante toda minha vida eu vivi sob a égide de uma bomba com contagem regressiva para explodir.
Carreguei comigo todo tipo de emoções nocivas a minha saúde e, a grande maioria delas, não eram minhas e nem ao menos foram um dia. Fui bombardeada pelas frustrações dos outros, incapacidade alheias de administrarem a própria vida, falta de limites para me envolverem em seus dilemas pessoais e pela minha própria incapacidade de dizer não. Eu adoeci por ter sido muito disponível, por não ter sabido dizer palavras tão simples que teriam me poupado tanto sofrimento: sinto muito, mas não posso.
O tempo está passando rápido demais e me vejo chegando próximo a meio século de vida e retornando ao mesmo círculo vicioso de estar sempre disponível. A disponibilidade excessiva nos torna refém daqueles que nos vampirizam mesmo que inconscientemente.
Dizer não, em algumas situações não é maldade. Dizer não quando, para atender aos outros, temos de violentar nossas energias é apenas e tão somente autopreservação.
Eu tenho de internalizar que preciso descarregar algumas bagagens emocionais a fim de manter minha amiga múltipla o maior tempo possível sob controle.
Tenho de aprender a dizer não. Aprender simplesmente a dizer "sinto muito, mas não posso".
Beijos reflexivos a todos vocês!
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