sexta-feira, 28 de março de 2014

Hoje acordei esclerosada...




Essa fadiga me gangrena a alma, 
Destruindo-me pouco a pouco,
Bem lenta e dolorosamente.


(Fabricio Canalis)



Hoje acordei completamente esclerosada.
Bem, vão me dizer que isso não é novidade, posto que eu sou esclerosada, mas, devo dizer que eu tenho Esclerose Múltipla, mas nem todos os dias eu me sinto esclerosada. Ainda bem!
Porém, tenho dias difíceis, a bem da verdade, dias de dor, tremor, fraqueza, choque, espasticidade, medo, angústia, solidão, autopiedade... dias como o de hoje que levantar da cama foi uma tarefa árdua e me manter de pé um esforço demasiadamente grande para as minhas forças.
Hoje a fadiga transpareceu em meus olhos e meu sorriso sem cor demonstrou o quão pesado estava arrastar comigo a minha companheira de vida.
Hoje minhas palavras saíram arrastadas, meus pensamentos embaralharam-se enquanto minha visão se turvou várias vezes no dia.
Hoje eu desejei que a Esclerose Múltipla nunca tivesse entrado na minha vida, com tanta intensidade, que se ela tivesse qualquer grau de sensibilidade sairia porta afora para nunca mais voltar.
Hoje eu me senti com 150 anos de idade aproximadamente, lenta, dolorida, exausta.
Hoje eu quis me rebelar, gritar, espernear, sapatear, mas a fadiga não deixou. Então calei minha voz, trancafiei a rebeldia, aquietei minhas pernas e me deixei ficar, quase inerte, por horas a fio...
Agora, estou me preparando psicologicamente para a aplicação do Rebif e esperando, sinceramente, que ele não resolva se juntar a malvada da Esclerose Múltipla para me extenuarem ainda mais.
Hoje, é só o que eu consigo escrever...

Beijos fadigados...


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